Reconheço que a maneira como enfrentamos o sofrimento pode influenciar nossa capacidade de nos relacionarmos conosco e de alcançarmos uma vida significativa. Assim, meu objetivo principal é cultivar uma flexibilidade psicológica por meio de um conjunto específico de habilidades desenvolvidas ao longo do processo terapêutico.

Essas habilidades envolvem lidar com as emoções de maneira saudável, acolhedora e curiosa. Isso envolve ouvir a mensagem por trás da emoção, compreendendo o que ela comunica sobre a vida, valores, objetivos e até mesmo sobre o corpo. Muitas vezes, evitamos emoções desconfortáveis ao longo da vida, mas ao desenvolvermos a habilidade de aceitação emocional, nos tornamos capazes de adotar uma postura mais proativa, alinhada com nossos valores e desejos pessoais.

Além disso, meu foco está em ensinar os pacientes a lidarem com seus pensamentos de maneira adaptativa. Isso implica orientá-los a se relacionarem com seus pensamentos de forma diferente, sem se envolverem em debates internos sobre o que é certo ou errado. Ao adotarem uma perspectiva de observação em relação aos seus pensamentos, os pacientes ganham a capacidade de responder com mais flexibilidade, em vez de reagirem impulsivamente.

Outra habilidade fundamental está no aprimoramento do relacionamento consigo mesmo, incluindo como lidar com os pensamentos e sentimentos sobre si mesmo. Esse processo envolve desenvolver uma perspectiva mais objetiva e compassiva, permitindo perceber as emoções e pensamentos de forma observadora, em vez de se identificar completamente com eles. Cultivar essa capacidade de observação possibilita construir uma relação mais saudável e equilibrada consigo mesmo.

A habilidade de cultivar a consciência do momento presente é outro aspecto crucial. Reconhecendo que a mente tende a divagar, aprendemos a trazê-la gentilmente de volta ao presente. Essa prática ajuda a desenvolver a habilidade de estar consciente do ambiente e tomar decisões alinhadas com as necessidades do momento presente.

Ao longo do processo terapêutico, meu compromisso é auxiliar os pacientes a identificar e conectar-se com seus valores de vida, que representam a essência do que é verdadeiramente significativo para eles. Reconheço a importância de alcançar objetivos, porém enfatizo igualmente a necessidade de reconhecer o desenvolvimento pessoal que ocorre durante a jornada para alcançá-los. A partir dessa identificação e conexão, trabalhamos juntos para alinhar ações e escolhas com esses valores, proporcionando a oportunidade de cultivar uma vida mais autêntica e satisfatória.